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Mostrando postagens de abril, 2025

A Dança das Sombras: Psicanálise e a Arte de Iluminar o Inconsciente

A Dança das Sombras: Psicanálise e a Arte de Iluminar o Inconsciente "Onde há luz, há sombra. E é na sombra que encontramos as respostas mais profundas." — Adaptado de Carl Gustav Jung A vida é como uma dança: há momentos de luz, onde tudo parece claro e harmônico, e momentos de sombra, onde o desconhecido nos desafia. Na psicanálise, essa dança é ainda mais intensa. É um espaço onde exploramos as sombras do inconsciente — os medos, os desejos, as memórias que não ousamos nomear — para encontrar equilíbrio e clareza. Como psicanalista, vejo minha prática como uma forma de iluminar essas sombras. Assim como um bailarino precisa de luz para ser visto, mas também de sombra para criar contraste e profundidade, a psicanálise nos ajuda a integrar as partes ocultas de nós mesmos, transformando o que era invisível em algo compreensível e transformador. A Psicanálise como uma Jornada de Equilíbrio Imagine uma dança onde cada passo é uma emoção, cada giro um pensamento, e cada pausa u...

A Psicanálise como um Ensaio da Alma

A Psicanálise como um Ensaio da Alma O processo de individuação é como uma obra de arte: exige que enfrentemos o inconsciente, transformando o caos em uma forma que revele quem realmente somos.” — Carl Gustav Jung A vida é como uma partitura: cada nota, cada pausa, carrega um significado que nem sempre vemos à primeira vista. E, assim como em um ensaio musical – onde músicos se reúnem para afinar seus instrumentos e encontrar harmonia –, a psicanálise é um ensaio da alma. É o momento em que você se permite ouvir o que está escondido, ajustar o ritmo interno e transformar o caos em melodia. Pense em um ensaio musical, onde zabumbas e sanfonas dançam em sintonia para criar algo maior que a soma das partes. Na psicanálise, esse processo acontece dentro de você. Cada sessão é um microprocesso, que organiza o que parecia desordem: os medos, as ansiedades, os conflitos nos relacionamentos. E, aos poucos, você descobre que o que parecia um erro na partitura era, na verdade, uma nota essencia...

O Vento que Não Nos Quebra

  O Vento que Não Nos Quebra "O antifrágil não apenas resiste ao caos – ele se fortalece com ele." – Nassim Nicholas Taleb Há ventos que sopram com força, inesperados, bagunçando o que cuidadosamente arrumamos. Eles derrubam as estruturas que construímos – as certezas, os planos, as máscaras que usamos para nos proteger. Caminho, às vezes, por campos internos onde esses ventos rugem, e sinto o chão tremer sob meus pés. Mas o que aprendi é que nem todo vento vem para destruir. Alguns vêm para nos ensinar a crescer. Na psicanálise, não buscamos apenas resistir a essas tempestades internas – os medos que emergem, as memórias que doem, os desejos que nos confundem. Buscamos algo mais profundo: aprender com elas. Como uma árvore que, ao enfrentar o vento, não se quebra, mas fortalece suas raízes, podemos descobrir que o caos não é apenas um inimigo. Ele é um mestre. Um mestre que nos mostra onde somos frágeis, mas também onde podemos ser mais fortes do que imaginávamos. Nass...

O Espelho que Não Reflete

O Espelho que Não Reflete   "Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo e os deuses." – Inscrição no Templo de Apolo, em Delfos Há espelhos que não mostram o que esperamos ver. Não o rosto, não os olhos, não o contorno que nos define aos outros. São espelhos que refletem o que escondemos – o que não ousamos nomear. Caminho, às vezes, por corredores internos onde esses espelhos se alinham, silenciosos, esperando que eu pare e olhe. Mas o reflexo não é claro; ele tremula, como a luz de uma vela que dança na penumbra. Esses espelhos não mentem, mas também não entregam verdades prontas. Eles mostram fragmentos – pedaços de um eu que se perdeu, de um eu que se formou nas frestas do que vivi. São os medos que engoli, os desejos que calei, as máscaras que vesti sem perceber. Olhar para eles não é fácil. Exige coragem para encarar o que não reflete beleza, mas verdade. A psicanálise é um desses espelhos. Não um que embeleza, mas um que revela. Ela não te dá respostas prontas,...

A Chave que Não Abre Portas

  A Chave que Não Abre Portas "A liberdade não está em fazer o que se quer, mas em querer o que se faz." – Jean-Jacques Rousseau Há objetos que carregamos sem perceber. Um peso que não vemos, mas sentimos – como uma chave antiga, guardada no bolso, que não se encaixa em nenhuma fechadura. Caminhamos com ela, dia após dia, na esperança de que, em algum momento, uma porta se revele. Mas e se a porta não existir? E se a chave, na verdade, for o próprio enigma? Penso, às vezes, nas correntes que não são de ferro, mas de memória. Nos cadeados que forjamos com as mãos trêmulas do passado, trancando pedaços de nós mesmos em cômodos que não visitamos mais. A chave que carregamos não abre essas portas – ela as mantém fechadas. É um paradoxo cruel: aquilo que deveria nos libertar é o que nos prende. A psicanálise não é uma serralheria que fabrica novas chaves. Ela é um espelho que nos convida a olhar para a chave que já temos. A questionar: por que a carrego? Que portas ela prote...

O eco que não silencia

  O eco que não silencia "O homem é o que ele faz do que fizeram dele." – Jean-Paul Sartre Há um som que não ouvimos, mas que ressoa. Um eco preso nas paredes invisíveis daquilo que chamamos de eu. Ele não grita, não implora, não bate à porta com punhos cerrados. Apenas está lá – como o vento que passa entre as folhas, sutil, mas insistente. Você já se perguntou de onde ele vem? Caminho, às vezes, por ruas internas que não têm nome. Lugares onde o passado se dobra sobre si mesmo, como uma carta antiga que ninguém ousa abrir. Não é saudade, não é arrependimento. É algo mais bruto, mais vivo: a matéria-prima do que somos. O que nos fizeram, o que aceitamos carregar, o que escolhemos ignorar. Sartre tinha razão – somos escultores de um barro que não moldamos sozinhos. Mas o que fazemos com ele? A psicanálise não promete silêncio. Ela não apaga o eco. Ela nos entrega um espelho torto, onde o reflexo não é lisonjeiro, mas é verdadeiro. E é nesse confronto – entre o que resso...