O Vento que Não Nos Quebra
"O antifrágil não apenas resiste ao caos – ele se fortalece com ele." – Nassim Nicholas Taleb
Há ventos que sopram com força, inesperados, bagunçando o que cuidadosamente arrumamos. Eles derrubam as estruturas que construímos – as certezas, os planos, as máscaras que usamos para nos proteger. Caminho, às vezes, por campos internos onde esses ventos rugem, e sinto o chão tremer sob meus pés. Mas o que aprendi é que nem todo vento vem para destruir. Alguns vêm para nos ensinar a crescer.
Na psicanálise, não buscamos apenas resistir a essas tempestades internas – os medos que emergem, as memórias que doem, os desejos que nos confundem. Buscamos algo mais profundo: aprender com elas. Como uma árvore que, ao enfrentar o vento, não se quebra, mas fortalece suas raízes, podemos descobrir que o caos não é apenas um inimigo. Ele é um mestre. Um mestre que nos mostra onde somos frágeis, mas também onde podemos ser mais fortes do que imaginávamos.
Nassim Nicholas Taleb fala de algo que ele chama de antifragilidade: a capacidade de não apenas sobreviver ao imprevisível, mas de se transformar por meio dele. Na jornada do autoconhecimento, isso significa acolher o que nos desestabiliza – as crises, as dúvidas, as rupturas – e usá-las para tecer algo novo. A psicanálise nos ajuda a enxergar que o vento que nos sacode não é o fim. É o começo de uma força que já carregávamos, mas que ainda não sabíamos nomear.
E você, já sentiu o vento que não te quebra, mas te transforma?
Guilherme O. Hubner
www.gohubner.com.br
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